capitulo 4: tentativas em vão ( parte 7)
Em são Paulo , Maitê planejava uma conversa com Thainara para entender o que havia acontecido entre ela e Catarina. O clima entre as duas estava visivelmente estranho e até pesado, criando um ambiente desconfortável na loja. Catarina, como de costume, estava no caixa, concentrada em atender a clientela que entrava e saía. Thainara , por outro lado, parecia imersa em pensamentos distantes. Seus olhos estavam fixos em algum ponto indefinido, e sua expressão era distante, como se estivesse lutando contra uma tempestade interna. Maitê, um pouco afastada, observava com atenção enquanto também atendia os clientes que passavam pela loja. A atmosfera estava carregada de uma sensação quase palpável de mal-estar.
Maitê subiu para verificar o estoque e encontrar uma peça específica que uma cliente havia solicitado. As vendas para o carnaval estavam indo de vento em popa, e Maitê queria aproveitar a oportunidade para conversar com Thainara sobre a tensão crescente entre ela e Catarina. No entanto, com Helena viajando para São Jorge, Maitê não podia deixar Catarina sozinha com os clientes. ela conhecia muito bem a forma de Catarina agir e queria evitar qualquer reclamação para Helena, ou qualquer outro problema futuro. desceu as escadas , foi até seu armário, onde pegou sua garrafinha. Avisou às colegas que ia enchê-la com água e notou o quanto os pensamentos de Thainara pareciam distantes. A expressão de Thainara era de preocupação e distração, o que chamou a atenção de Maitê.
Enquanto enchia a garrafinha, Maitê decidiu que era hora de agir. Precisava conversar com Thainara sobre o que estava acontecendo e, ao mesmo tempo, garantir que Catarina não ficasse sobrecarregada com a loja cheia. Com um suspiro decidido, Maitê se aproximou de Thainara e disse:
:_ Thainara ?
Thainara respondeu levantando o olhar:
:_ oi , Maitê
:_ você teria um momentinho ? preciso de uma ajudinha no estoque
:_ claro que sim
Catarina fingiu estar entretida no computador enquanto tentava ouvir a conversa entre as amigas. Maitê se aproximou ela não sabia mentir , arrumou a franjinha que caia sobre seu rosto juvenil e ajustou seus óculos no rosto
:_ Catarina , vamos buscar umas peças que a dona Arminda pediu, mas não demoramos
Catarina olhou para Maitê, e um sorriso profissional surgiu em seu rosto
:_ tudo bem , Maitê .pode deixar que atendo o pessoal
Ao subir as escadas Maitê, Maitê foi direta ao ponto, consciente da tensão visível entre Thainara e Catarina.
:_ Nara, eu te chamei aqui por que precisava muito falar com você
Thainara olhou para Maitê, demonstrando que já esperava essa conversa
:_ eu já imaginava
:_ eu preciso que seja sincera comigo
:_ claro que sim Mai
:_ eu percebi que você e a Catarina estão se evitando. Eu sei que vocês nunca foram exatamente próximas, mas a situação está bem diferente agora. Vocês mal se olham
:_ ah é isso
:_ sim, Nara me conta o que aconteceu
:_ ainda é sobre o ex-namorado da Helena, aquele assunto que eu te contei. Ela veio falar comigo e, para ser sincera, não foi exatamente uma conversa amistosa
:_ é ,eu já imaginava que seria isso. Ela mencionou na faculdade que planejava falar com você
:_ pois é, a conversa que tivemos não terminou bem. Mas quero que saiba que não pretendo deixar isso afetar meu trabalho. Eu sei qual é o meu lugar e não quero misturar as coisas
Maitê para a amiga com um olhar de tristeza. A forma como Thainara se expressava, com um tom de resignação e inferioridade, era dolorosa de ouvir.
Maitê então respondeu com sinceridade, seu olhar firme e encorajador:
:_ Nara,, nós três somos iguais e importantes. Não se diminua dessa forma. Você é maravilhosa e extremamente profissional. E, além do mais, se houve um desentendimento, você não foi a única a falar
:_ eu sei disso, Mai. Mas a Catarina é uma... cara, essa menina não presta! É peçonheta, intrigueira, e eu tenho mais certeza ainda de que ela teve algo com esse rapaz, o ex-namorado da Helena
Maitê ajeitou os óculos, sentindo um nó na garganta. Era difícil admitir, mas Thainara estava começando a ter razão. A reação de Catarina e o comportamento dela fizeram Maitê questionar a própria percepção da situação. Antes que Maitê pudesse responder, Thainara continuou, com um tom de indignação crescente
:_ eu tenho certeza! ela ficou muito nervosa para quem não deve nada
:_ mas amiga, a gente não tem como provar nada
:_ é, eu sei. e o que me dói é que a Helena ama ela a ponto de ser madrinha do casamento, mais que isso. a Helena está custeando a festa de noivado dela
Maitê suspirou fundo, reconhecendo o quão perversa Catarina poderia estar sendo, enquanto retirou um vestido preto midi, todo trabalhado no paete da zen oficial da dona club que Armina havia lhe pedido para fazer a prova pois usaria em sua fantasia de melindrosa. Maitê parou uns segundos e se lembrou que nessa época a Catarina já namorava o Fernando. Esse pensamento trouxe uma onda de inquietação que invadiu seu corpo. sem querer , Maitê deixou a embalagem do vestido escorregar de suas mãos, e o pacote caiu no chão com um som abafado.
Thainara olhou para Maitê com uma expressão de preocupação ao ver a embalagem cair
:_ Mai, o que foi ? tá passando mal ?
Maitê tentou se recompor rapidamente, forçando um sorriso
:_ não foi nada. Acho que só o calor. Essa época do ano faz muito calor, e minha pressão caiu um pouco
Thainara lhe entregou a garrafa de água com água gelada mas desconfiada pois elas estavam no ar condicionado
:_ toma, se refresca um pouco
Maitê aceitou a garrafa com um sorriso agradecido e tomou um gole da água gelada
:_ obrigada Nara. Vamos descer agora, porque a dona Arminda vai vir para fazer a prova do vestido
:_ o vestido é lindo
Ana Beatriz , mais uma vez, procurou o conselho de Nina, desejando desabafar sobre a noite passada, o rapaz da praça, sua frustração por não ter conseguido sabotar a surpresa de Helena para Otávio, e também sobre Tiago. No entanto, Nina nem sempre estava disponível para atender ao telefone. Ela havia retornado a São Jorge apenas por causa do trabalho do marido. Ana Beatriz parecia uma jovem completamente influenciável, incapaz de agir sem as orientações de Nina. Por outro lado, Nina não sentia simpatia por Beatriz; para ela, Beatriz era apenas uma peça em seu plano de vingança contra Estevão, pai de Beatriz.
Após várias tentativas frustradas de falar com Nina, Ana Beatriz decidiu deixar uma mensagem de voz no WhatsApp: ´´ Ninaaaaa! Você deve estar super ocupada com seu marido, né? Só queria avisar que estou indo no salão da Lary para dar um 'glow up' no meu visual. Preciso te contar um babado e desabafar um pouco sobre tudo o que está acontecendo. Me retorna assim que puder, tá? Beijos!´´
Beatriz havia se tornado extremamente insistente, desenvolvendo uma dependência quase obsessiva em sua amizade com Nina, uma relação que, na verdade, era unilateral. Desde que Inês se afastou dela e Otávio começou a namorar Helena, Beatriz havia mudado completamente. A falta de apoio da mãe, que era manipuladora e apresentava traços de narcisismo, só intensificou sua necessidade de se apoiar em Nina. A ausência de uma figura maternal verdadeira e a manipulação constante por parte de sua mãe deixaram Beatriz ainda mais vulnerável e dependente da amizade com Nina, que se tornara seu único porto seguro, mesmo que essa amizade fosse distante e carregada de interesses próprios.
Helena acompanhada de sua mãe Amália, dirigiu-se ao vilarejo para fazer algumas compras e aproveitar a oportunidade para colocar o papo em dia. Após estacionarem o carro, elas começaram a caminhar pelas ruas do vilarejo. Helena notou os olhares curiosos direcionados a ela por onde passava. Apesar de saber que era comum em uma cidade pequena, onde todos se conheciam, não podia deixar de perceber o interesse dos habitantes.
:_ puxa mamãe, esse pessoal é realmente curioso, né?
:_ é filha, são Jorge é maravilhosa, mas esse pessoal não perde a mania de observar os outros. Mas deve ser porque você se mudou há tanto tempo. Olha como você está linda, uma verdadeira moça!
Helena , agradecendo o elogio. Ela estava vestida com uma blusa de renda branca que destacava sua elegância e um short jeans despojado que realçava seu estilo casual. Nos pés, usava uma sandália leve, e um óculos de sol, que protegia seus lindos e delicados olhos da cor do mar, completava o visual. O aroma suave de Tommy Girl emanava dela, conferindo um ar de frescor e conforto, perfeito para o calor de fevereiro. e Amália , por sua vez, exibia um vestido midi de poá, sempre bem vestida e elegante. Ela adorava peças vintage, e o vestido, com sua estampa clássica, combinava perfeitamente com a sandália baixa que usava. O calor não parecia afetar seu estilo refinado, que sempre equilibrava o contemporâneo com o vintage.
Amália , entusiasmada com a novidade, convidou Helena para visitar uma nova loja de cosméticos que acabara de abrir. Ambas, muito vaidosas, estavam empolgadas com a oportunidade de explorar os novos produtos. No entanto, Helena teve uma surpresa desagradável ao encontrar Estevão no mesmo estabelecimento. Quando ele a avistou, seu sorriso não era apenas cordial, mas carregado de um tom de satisfação pessoal.
:_ bom dia , senhoras dos Reis
Amália sorriu e o-respondeu
:_ bom dia, seu Estevão
Helena , por sua vez, manteve-se em silêncio. Observava Estevão com um olhar frio, claramente desconfortável com a forma descarada como ele a encarava, lembrando-se de suas investidas anteriores.
:_ senhorita Helena, passeando por são Jorge
:_ sim , e você? Veio passear com a Joane?
Estevão não se deixou abalar pela resposta dela. Pelo contrário, seu olhar para Helena permaneceu descarado e insistente.
:_ não, eu vim sozinho mesmo.
:_ bom, se o senhor nos da licença precisamos ainda passar em outras lojas
:_ claro senhorita Helena. bem-vinda novamente a São Jorge. Espero que sua visita não seja breve
:_ mande lembranças à Joane, sua esposa
:_ Com certeza, mandarei. E minha casa está sempre aberta para você e toda a família Reis
:_ já estamos indo
Helena então pegou a mão de Amália e a conduziu até uma prateleira de cosméticos para a pele
:_ preciso de alguns protetores solares para deixar nas bolsas
Ana Beatriz estava a caminho do salão da Larissa, ansiosa para seu novo visual, quando foi interceptada por Clotilde, uma das fofoqueiras mais notórias do bairro. Clotilde estava encostada na calçada, observando com um olhar curioso e expectante.
Ana Beatriz , sempre estratégica em suas interações, abordou Clotilde com um sorriso simpático. Ela sabia que manter uma boa relação com as fofoqueiras do bairro era uma forma eficaz de propagar suas opiniões e visões. Além disso, Ana Beatriz via essa conversa como uma oportunidade para despejar seu veneno e garantir que suas palavras fossem transmitidas de uma forma que beneficiasse seus próprios interesses.
:_ oi ,dona Clotilde
:_ oi ,menina Beatriz
:_ como a senhora está?
:_ vou bem , menina, só esse calor que está insuportável
Clotilde pega seu leque e começa se abanar, enquanto Ana Beatriz continua a conversa:
:_ verdade tá demais
:_ seu pai passou agora pouco de carro por aqui
:_ ah , sim, minha mãe pediu para ele passar no comércio. A Paulina está ocupada
:_ e menina, você tá sabendo da novidade ?
Ana Beatriz respondeu , com um tom de curiosidade e interesse, ansiosa para ouvir o que a fofoqueira tinha a dizer:
:_ não, Dona Clotilde, o que seria?
:_ são Jorge vai ganhar mais dois habitantes
:_ ué, quem ?
:_ parece que a menina nova, a loira, está grávida
Ana Beatriz arregalou os olhos e abriu a boca em surpresa. A mente dela se apressou para identificar a "menina nova". Ela fez uma oração silenciosa para que Clotilde não estivesse falando da sua rival
:_ que menina?
:_ a filha do seu Tadeu e Amália
Ana Beatriz sentiu como se tivesse levado um golpe direto no coração. Sua voz de repente ficou muda, e a boca secou instantaneamente. Uma onda de calor invadiu sua alma, e seu corpo começou a tremer visivelmente. A notícia a atingiu com a força de um impacto devastador; a vontade de chorar se tornou quase insuportável. Uma crise de ansiedade estava se formando, e o velho hábito de gaguejar estava prestes a surgir , Ana Beatriz tentava falar mas com as palavras saindo em um tremor desesperado e desorganizado:
:_ nam-nam-nam- não sasasabia não
:_ pois é , menina Beatriz, é por isso que ela voltou para São Jorge. Tá grávida, e com certeza é do namorado
Ana Beatriz , ainda em choque, lutava para processar a informação. A sensação de pânico só aumentava, e a ansiedade começava a se manifestar de forma visível
:_ ma-ma-ma- mas cocomo você sabe disso ?
Clotilde , com um olhar satisfeito por estar no centro das atenções, explicou:
:_ a Sebastiana que trabalhava na casa dela foi comprar um teste de gravidez ontem mesmo e anoite, pouco antes, vimos ela voltando da casa do namorado já era tarde
Ana Beatriz sentiu uma lágrima escorrer involuntariamente pelo rosto. Ela não conseguiu controlar a emoção, e a lágrima desceu lentamente até seus lábios, onde se dissolveu, permitindo que ela sentisse o sabor salgado. Sua respiração tornou-se profunda e irregular enquanto lutava para manter a compostura. O pânico e a tristeza estavam prestes a transbordar, e ela se esforçava para não chorar desesperadamente ali na rua.
:_ bem, felicidades ao casal. isso é né , se o filho for do namorado, por que....
:_ ah eu acredito que seja sim, eu te disse que ela voltou para a casa tarde ontem, e veio da direção da casa do namorado
Ana Beatriz , lutando para manter a compostura, tentou encontrar uma brecha na situação
:_ ma-mas ela não é uma mulher casta, Dona Clotilde. Pode muito bem ter engravidado de outro
:_ em breve vamos saber eolha, uma menina bem criada engravidar assim, sem ser casada, não é algo que se vê todo dia
:_ pois é, eu sempre falei do caráter dessa menina, que ela não presta, mas enfim... Ela conseguiu, né? Conseguiu um filho do Tavinho, mesmo que seja um golpe da barriga
sua tentativa de desmerecer Helena era uma forma de auto-consolo, uma tentativa de lidar com o fato de que sua rival estava grávida do homem que ela amava
Clotilde , com um olhar crítico, rebateu:
:_ golpe da barriga ao contrário, né, menina? Esse rapaz é um peão, pobretão, e a menina dos Reis é riquíssima, com nome, empresa aqui e na capital
:_ Independente do dinheiro que ela tenha, dinheiro não compra caráter. Essa piranha foi, é, e continuará sempre sendo uma piranha
Ana Beatriz não conseguiu controlar a raiva que sentiu e começou a chorar , caminhando mais uma vez sozinha por são Jorge totalmente descontrolada, Enquanto isso, Clotilde, com um sorriso satisfeito pela cena que ajudou a criar, se abanava calmamente com um leque, desfrutando da satisfação de ter causado tanto impacto.
Amália percebeu que a filha ficou muito desconfortável com Estevão , Helena costumava ser educada e bem humorada e não foi a forma que ela conduziu a conversa com o homem, escolheram alguns cosméticos e Amália a-convidou para tomarem um sorvete na sorveteria que Helena gostava de ir quando criança e como na tarde passada ela esqueceu de buscar o pote de sorvete no mercado ela aceitou com um sorriso no rosto
:_tá muito calor mesmo, e acabei não buscando o sorvete para o jantar de ontem
:_ não tem problemas meu amor, acredito que seu pai vai vir compras as coisas do churrasco mais tarde
:_ verdade, preciso conversar sobre isso com o Tavinho
Ao entrarem no carro, Helena ligou o ar condicionado e prendeu o cabelo que caía sobre sua testa. Sua pele clara estava avermelhada e corada pelo sol e pelo calor intenso daquela época de pré-carnaval. Amália, sentindo-se um pouco quente também, pegou uma garrafa de água da caixa térmica, que estava com algumas pedras de gelo, abriu e tomou um gole refrescante enquanto Helena dirigia pelas ruas do pacato povoado de São Jorge. , Enquanto o carro seguia seu caminho, Amália decidiu iniciar uma conversa sobre o encontro com Estevão:
:_ filha
:_ sim ,mamãe
:_ eu não pude deixar de notar que você parecia um pouco desconfortável com o senhor Estevão Gomes
Helena olhando atentamente a estrada brevemente mordiscou os lábios com a pergunta e respondeu:
:_ impressão sua mamãe. Na verdade, é que ele é um homem casado e, além disso, pai da Beatriz. Não queria prolongar o assunto
Amália , no entanto, não parecia convencida pela explicação da filha
:_ é por causa de Beatriz , mesmo ?
Helena suspirou, ciente de que sua mãe a conhecia bem e que sua transparência tornava quase impossível esconder qualquer situação.
:_ ah mamãe, a família do Estevão é totalmente complicada. desde a Beatriz até Joane, que nos desentendemos a última vez que nos vimos e , sendo sincera, esse homem não me dá uma boa impressão
Amália levantou uma sobrancelha, sinalizando que estava ouvindo atentamente
:_ hum
:_ a forma como ele olha para as mulheres, especialmente as moças mais novas, não é legal. Ele tem um jeito de falar insinuante que eu não gosto. E, considerando que ele tem a idade para ser meu pai, é um homem casado e pai de um dos meus amigos, isso só torna tudo ainda mais desconfortável para mim
:_ ah, Estevão sempre foi assim mesmo. sempre olhando para as outras mulheres, desde antes dele se casar com Joane
:_ e Joane é uma mulher linda, independente e divertida. Tem seus defeitos, é uma elitista, mas sei lá, isso não justifica a falta de respeito dele com a esposa
:_ mas esse homem lhe faltou com respeito, Lele ?
:_ ah não, mamãe. . Além dessa forma descarada de olhar, ele simplesmente não me passa uma boa impressão. Eu quero evitar qualquer tipo de falatório ou que ele pense que tem alguma intimidade comigo. Para mim, ele é apenas o pai do Bruno e só isso.
Em Paris , Anette recebeu um e-mail de Elisabeth Palhares. Na segunda-feira, ela começaria um novo emprego como babá de Sophia. O principal objetivo de Anette era descobrir se Sérgio estava envolvido de alguma forma com o asssasinato de Chantal. A moça havia pedido a Deus muita força para enfrentar o que estivesse por vir, especialmente se suas suspeitas se confirmassem.
Ana Beatriz ainda estava transtornada ,foi atingida pela notícia da suposta gravidez de Helena de uma forma que nem mesmo ela conseguia compreender. Com a mente turvada e o coração pesado, ela decidiu parar em um bar para tentar se recompor. Com a voz chorosa e as mãos trêmulas, pediu uma garrafa de água ,enquanto aguardava, ela pegou um canudo do porta-canudos e caminhou até uma mesa amarela, típica dos bares, arrastou uma cadeira e se sentou.
:_ a moça está bem ?
o dono do bar perguntou, ela balançou a cabeça em sinal de que estava, ao menos parcialmente, bem e respondeu com um murmurinho que era tudo o que conseguia articular no momento. Com dificuldade, abriu a garrafa de água, inseriu o canudo e tomou um gole. O líquido refrescante molhou seus lábios e deslizou pela sua garganta, trazendo um alívio momentâneo. Ela fechou os olhos por um instante, tentando se acalmar e controlar a onda de emoções que a dominava. uma lágrima escorria involuntariamente pelo rosto de Ana Beatriz enquanto ela olhava para o nada, sentindo um vazio imenso. Sua respiração estava ofegante, e a dor que sentia parecia esmagadora. Com um esforço, ela pegou o celular da bolsa e viu que Nina ainda não havia respondido à mensagem de voz que havia enviado. olhou para o relógio e faltava pouco para o horário do almoço , levantou-se lentamente e dirigiu-se ao balcão do bar. Perguntou o preço da água e deixou o dinheiro no balcão, sem se importar com as pequenas trocas de palavras com o atendente. seguiu em direção ao salão da Larissa.
Quando Ana Beatriz chegou ao salão, Larissa ainda estava almoçando, e Letícia estava no comando do atendimento. O salão estava bastante movimentado, especialmente porque era o final de semana e a semana do festival estava atraindo muitos clientes. Ana Beatriz entrou, com o rosto avermelhado e os olhos marejados. Ela fez um esforço para forçar um sorriso, tentando demonstrar que estava bem apesar de sua aparência abatida.
:_ oi Bia, boa noite
:_ boa noite Let, a Lary tá por ai ?
:_ ela está no horário de almoço , você tem horário marcado ?
:_ pior que não
:_ hum, faz assim: senta um pouquinho que, já já, ela chega e a gente vê na agenda um encaixe para você
:_ tá bem, Let. brigada
Ana Beatriz foi até o bebedouro e bebeu mais um pouco de água, embora já estivesse mais controlada emocionalmente ainda se sentia mal, sentou-se e ficou na espera de Larissa, seu plano de ficar loira ainda estava em sua mente e pensava em encontrar uma forma de chamar a atenção de Otávio e se tivesse que se insinuar e tentar deixar sua rival insegura ela faria , mesmo se Helena realmente tiver gravida.
Helena estava na sorveteria com a mãe, ela se perdeu em pensamentos nostálgicos, por alguns minutos sua lembrança a- levou para sua infância. estava em sua sorveteria favorita onde acostumava ir acompanhada dos pais e do seu avô Clóvis, muitas vezes eles passavam depois da missa na sorveteria, ou na frente da igreja o carrinho de pipoca salgada ,feiras abertas aos domingos e o pastel que o avô sempre adorava também faziam parte dessas recordações. Helena sorriu ao relembrar as simples e encantadoras belezas do interior que todos conhecem bem.
Helena comentou com um sorriso nostálgico:
:_ quanto tempo faz que não venho aqui, mamãe
:_ verdade, minha filha. Nós vínhamos quase todo final de semana
:_ será que ainda tem o sorvete de tentação ?
:_ tem sim meu amor
:_ eu vou pegar uma mesa para gente
Mãe e filha novamente estavam naquela sorveteria que trazia tantas boas lembranças, montaram seus sorvetes , pegaram uma garrafinha de água mineral pois sua caixa termíca havia ficado no carro e foram sentar-se na mesa próximo a entrada da sorveteria, olhando o movimento do povoado de são Jorge que naquela manhã estava especialmente movimentado , Helena comentou
:_ meu cabelo está todo suado. Vou ter que fazer outra escova
:_ está lindo ,minha filha
:_ marquei de sair com o Tavinho hoje à noite e quero estar linda, impecável
:_ você já é divina, meu amor
Victor ainda estava no povoado e passava pela calçada da sorveteria quando viu Helena. O sorriso vibrante dela o fez sentir uma vontade imediata de entrar no estabelecimento. Ele entrou e se dirigiu a Helena, cumprimentando-a com um sorriso amigável.
:_ Heleninha!
:_ oi Victor!
:_ quanto tempo ! que legal que você veio , oi dona Amália
:_ oi Victor
Victor , além de ser um rapaz muito atraente, era simpático e carismático. A forma como ele falava com Helena era animadora, pois o tratava de igual para igual, sem bajulação, diferentemente das outras pessoas. Sua maneira autêntica e direta de se comunicar fazia Helena se sentir valorizada e especial.
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