Olá loveeeers boa tarde, tudo bem com vocês? eu tô bem melhor , graças a Deus! Essa semana, infelizmente, fiquei doente depois de uma viagem de trabalho, mas já estou bem melhor. No final de semana passado (dia 10 de novembro), tirei um tempinho para assistir ao segundo filme do Coringa ( Joker ). O longa é estrelado por Joaquin Phoenix, que retorna no papel de Arthur Fleck, o Coringa, e pela maravilhosa Lady Gaga, que dá vida a Harley Quinn, ou melhor, Lee Quinzel."
Assisti ao primeiro filme do Coringa (Joker) no ano passado e simplesmente achei maravilhoso. A atuação do Joaquin Phoenix é fascinante, ele consegue transmitir todos os sentimentos do Coringa e, ao mesmo tempo, os conflitos de Arthur Fleck. Quando anunciaram que o segundo filme teria a nossa maravilhosa Lady Gaga no papel da Harley Quinn, fiquei ainda mais ansiosa. A Lady é uma das minhas artistas favoritas, e eu a considero incrível, tanto na música quanto na atuação. Ela sempre se entrega completamente ao que faz, e isso me deixou ainda mais empolgada para ver o que ela trouxe para esse filme.
Mas sem mais delongas, vou compartilhar minha opinião honesta, baseada na experiência que tive ao assistir a este filme. Li muitas críticas sobre ele, mas decidi assistir por conta própria e formar minha própria opinião. Sempre que algo desperta minha atenção, faço questão de assistir para poder ter um julgamento pessoal, sem me deixar influenciar pela opinião alheia. E, claro, não me deixei levar apenas pela grande admiração que tenho pela artista Lady Gaga e pela pessoa Stefani.
Atenção, essa resenha pode conter spoilers! Se você ainda não assistiu ao filme e não quer ter detalhes importantes revelados, é melhor parar por aqui!
O filme começa com uma tirinha muito legal da Warner Bros, com aquela abertura que nos traz uma nostalgia dos desenhos antigos da infância.
Visualmente, o filme é muito bonito, e é possível perceber que cada detalhe foi cuidadosamente planejado. O enredo do segundo filme começa assim: Arthur está atualmente preso pelos crimes cometidos como o Coringa, e sua advogada trabalha na tese de que o Coringa é uma personalidade separada de Arthur, algo semelhante ao que vimos no filme Fragmentado. Lembram? Eu gostei muito desse começo, pois Fragmentado foi um dos melhores filmes que já assisti. Recentemente, li que o Coringa interpretado por Phoenix teria psicose, e não psicopatia ou sociopatia, como normalmente associamos a assassinos . ( Na minha opinião pessoal Arthur possa ter começado desenvolver a psicopatia )
Também assisti a algumas entrevistas com uma psicóloga explicando a diferença entre essas condições e, na minha opinião, o filme retratou muito bem a psicose de Arthur.
definições explicadas:
psicose: É um transtorno mental que provoca um rompimento com a realidade, fazendo com que a pessoa acredite em uma verdade que só existe para ela. Alguns exemplos de transtornos psicóticos são a esquizofrenia, o transtorno delirante e o transtorno psicótico breve, entre outros.
psicopatia: É um transtorno de personalidade antissocial, caracterizado por um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros. A psicopatia é marcada por traços de personalidade como egocentrismo, falta de empatia e remorso.
fonte de pesquisa: google.com
Logo nos primeiros momentos do filme, conseguimos ver Arthur abatido, depressivo e muito diferente da figura do Coringa que conhecemos no primeiro filme. Os policiais até ‘zombam’ dele, já que o Coringa é famoso pela risada irônica e desesperada, especialmente em momentos inoportunos.
Arthur começa a recuperar sua autoestima quando conhece Lee Quinzel. Essa é uma das cenas que foi bastante divulgada no marketing do filme.
Harley Quinzel, vivida pela artista Lady Gaga, é uma das “presas” que, supostamente, colocou fogo no prédio onde seus pais moravam. Lee é obcecada pela figura do Coringa e se coloca como sua admiradora. O Coringa, na minha opinião, demonstra uma grande insegurança, pois Arthur, desde o primeiro filme, é retratado como um homem desprezado pela sociedade — mais do que isso, é constantemente ridicularizado. Grande parte disso se deve ao seu transtorno de expressão emocional involuntária, causado pela Síndrome Pseudobulbar (PBA). Essa obsessão de Lee por ele, sua admiração pelo Coringa, acaba sendo um alimento para o ego dele. Vale lembrar que a figura do Coringa é marcada por um grande narcisismo, algo que também é comum entre grandes assassinos , que frequentemente apresentam traços narcisistas.
Durante o julgamento, é possível identificar a personalidade do Coringa e diferenciá-la de Arthur. Não sei se posso chamá-lo de um alter ego de Arthur, mas foi assim que entendi essa divisão de personalidades. Arthur, às vezes, sente vergonha de suas ações e, ainda mais, de seu passado sombrio — anos de abuso e violência que ele sofreu na casa de sua mãe, pelos seus padrastos, entre outras situações. Este filme traz uma grande crítica social, que, sem dúvida, dividirá opiniões. E, sinceramente, não me sinto apta a julgar.
figura de Lee e seus admiradores acabam inflando o ego de Arthur e trazendo de volta a persona do Coringa: debochado, irônico, insensível, com a risada desenfreada e o deboche que acabam tirando a paciência de seus oponentes, como vimos no júri. Em certo momento, é revelado, através da advogada de Arthur, que Lee mentiu para ele. Ela disse ser uma interna que havia sido internada de forma compulsória por sua mãe e que era órfã, mas descobre-se que Lee é filha de um médico, não teve uma infância difícil como Arthur e se internou voluntariamente.
Na minha opinião, o erro começa aqui. A motivação para a mentira e a obsessão pela figura do Coringa poderiam ter sido melhor exploradas. Não bastaria apenas explicar que Lee mentiu por medo de o Coringa não gostar dela, como é mostrado no filme. Faltou um desenvolvimento mais profundo para entender por que ela se apegou tanto à figura do Coringa.
Também sinto que a Lady Gaga e a personagem de Lee poderiam ter sido mais exploradas. Sua presença no filme é, em grande parte, dedicada ao canto, e isso me causou um certo cansaço e desgaste enquanto assistia ao filme.
Outro ponto negativo que quero destacar é que muitas das cenas que vimos nos trailers não passavam de devaneios do Coringa, e sim de alucinações, delírios, etc. Essas são características de quem sofre de psicose. No entanto, as melhores cenas e as que foram divulgadas nas campanhas de marketing não passaram de utopias de Arthur, o que causou uma grande quebra de expectativa.
sinto também que a personagem de Lady Gaga não foi bem explorada como deveria. Grandes momentos dela, como o que envolve o incêndio na cadeia, mostraram um potencial imenso, mas infelizmente isso não foi aproveitado da forma como poderia.
O filme alterna constantemente entre sequências de acontecimentos, lembranças do passado e do presente de Arthur, e muitos delírios. Isso é compreensível, considerando o nome do filme, mas esses flashbacks acabam dando a impressão de que a trama vai "andar" e, ao invés disso, fica sempre estagnada no julgamento e nos devaneios de Arthur. Além disso, o filme não explora nada sobre a vida de Lee. Como mencionei, não há explicação sobre o motivo dessa admiração de Lee pelo Coringa, o que deixa a relação deles um pouco rasa.
A advogada de Coringa se coloca totalmente contra Lee e sua presença, e eu vejo Lee como alguém que piorou a situação de Arthur. Sua obsessão era pela figura do Coringa — sua personalidade sombria, irônica, debochada e maligna — e não por Arthur, o ser humano por trás dessa personalidade. Arthur é a pessoa que sofreu desde a infância com negligência, injustiça, diferenças sociais e até mesmo com a falta de segurança da pessoa que deveria defendê-lo: sua mãe.
No primeiro filme, é relatado que sua mãe era mitomaníaca (não sei o nome científico do transtorno). No segundo filme, também é dito que ela possuía transtorno de personalidade narcisista, o que dificultava ainda mais sua relação com Arthur.
Como a advogada de Arthur era contra a presença de Lee e desmentia suas alegações, Arthur decide demiti-la e pedir para se defender sozinho no júri. Para mim, isso ficou claro como um 'tiro no pé', pois Arthur não conseguiria provar sua inocência. Um dos seus crimes, por exemplo, foi cometido ao vivo em uma emissora de televisão, transmitido diretamente para seus telespectadores. Além disso, a advogada estava levantando ótimos questionamentos ao defender a tese da dupla personalidade, enquanto Arthur, ao decidir se auto defender, jogava contra si mesmo.
Acho que isso foi um golpe fatal para o Coringa. Primeiro, porque ele não tinha formação nem tempo para construir uma defesa sólida. Segundo, porque ele estava sendo influenciado por seus apoiadores, entre eles Lee, que não confiava na defesa da advogada. Lee tinha uma obsessão cega pelo Coringa e acreditava que ele sairia livre.
Como mencionei antes, os apoiadores de Coringa inflavam seu ego, o que só o fazia piorar. Eles criaram um ambiente de anarquia, e, claro, isso teria impacto no resultado do júri
Arthur é aceito para fazer sua própria defesa e, a partir daí, volta a se caracterizar como o Coringa, com a maquiagem tão conhecida. Mais do que isso, a personalidade do Coringa se faz presente: o deboche, a indiferença. Joaquim Phoenix é realmente um ator brilhante, não dá para negar; é possível diferenciar claramente Arthur de Coringa.
Uma das melhores cenas para mim é a de Gary no julgamento, que mostra que, apesar de Arthur decidir não matar Gary, já que ele nunca o havia ofendido, vivenciar aquele momento teve um impacto profundo na vida de Gary. Ao ver o Coringa tirar a vida de outras pessoas, Gary foi profundamente marcado por essa experiência.
Gary, que sofria de nanismo e, assim como Arthur, enfrentou preconceitos, diferenças sociais, piadas e bullying, não se tornou um maníaco — o que nos leva a mais uma reflexão social importante. Foi muito emocionante o depoimento de Gary, pois, por um momento, vimos o Coringa se abalar. Você consegue ouvir sua voz trêmula, como se estivesse prestes a chorar, arrependido de ter feito Gary passar por aquele momento, de ter causado aqueles traumas e, principalmente, de tê-lo feito sentir-se impotente diante de um assassinato.
Conclusões finais: O filme não é ruim como um todo. Apesar das críticas, ele tem seus pontos positivos e não acho que seja o pior filme já feito, como alguns têm dito. Ele tem uma boa dinâmica, uma escrita interessante e um enredo envolvente, mas peca na quebra de expectativa do público. Como mencionei, as cenas do trailer, no marketing, mostram em 90% os devaneios de Arthur com Lee, o que gerou muita expectativa. principalmente porque Phoenix brilhou no primeiro filme e, se não me falha a memória, chegou a ganhar o Oscar em 2020 como Melhor Ator.
Lady Gaga, que já acompanho tanto como cantora quanto atriz e acho maravilhosa, também contribui para o filme. Porém, apesar de ser um "delírio a dois", acho que Gaga não foi tão bem aproveitada e explorada como poderia. O excesso de música, embora seja uma característica da artista, acaba desanimando um pouco, pois, ao invés de tantas canções, poderiam ter sido feitos diálogos mais bem construídos. Talvez até explorar mais a vida de Lee, que ficou bastante superficial no filme. Durante a exibição, criei várias teorias de que Lee poderia estar investigando o comportamento humano, explorando a psique de uma mente perturbada. No entanto, nada disso aconteceu.Ela se mostrou apenas mais uma entre tantas pessoas obcecadas pela figura do Coringa, e essa obsessão inflama o ego dele. O Coringa, por sua vez, acaba se apegando a ela, mas a relação deles parece rasa e não tão bem desenvolvida quanto poderia ser. No final, as teorias dos fãs acabaram sendo mais interessantes do que o próprio filme.
A figura do Coringa e da Harley Quinn (ou Arlequina, como é conhecida) já é bastante romantizada, especialmente depois de Esquadrão Suicida. Para mim, essa romantização é, no mínimo, controversa. Mas enfim, se formos comparar Esquadrão Suicida com Delírio a Dois, no primeiro filme há um enredo que explica a relação entre o Coringa e a Arlequina. Já no filme de Phoenix e Gaga, faltou uma construção mais sólida na história desse "casal", que poderia ter sido melhor explorada. Se ao invés de tantas músicas, houvesse mais diálogos e uma maior profundidade nas histórias, o filme seria, sem dúvida, mais interessante.
O final do filme também poderia ter sido mais impactante, como o de Bonnie e Clyde. Sei que não há uma relação direta entre eles, mas eu esperava algo mais bombástico, ou até mesmo algo na vibe de Thelma & Louise. No entanto, não foi nada surpreendente.
O maior erro, para mim, foi a quebra de expectativa em relação ao que o público esperava. Continuo destacando o quanto Phoenix e Gaga são ótimos atores e profissionais, mas não sei exatamente onde está o erro — talvez no texto, na quantidade de músicas (que tem sido bastante criticada) ou no fato de o filme se arrastar em certos momentos. O fato é que Delírio a Dois não foi tão bem aceito quanto o primeiro. E eu não queria que esta fosse apenas mais uma resenha criticando o filme e "acabando" com ele, pois, sim, ele teve bons momentos e boas atuações. Não queria que fosse uma crítica totalmente negativa.
É um filme que poderia ter sido melhor construído e explorado. Não é um filme que eu tenha gostado ou que tenha a intenção de assistir novamente.
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