capitulo 5: Corações em Conflito (parte 7)
.
Otávio observou Helena por alguns segundos, fascinado pela imagem dela, tão linda e completamente entregue a ele, do jeito que sempre imaginou. O vento, que soprava forte e refrescante próximo à cachoeira, parecia acentuar ainda mais a intensidade do momento, fazendo os pelos de sua pele se arrepiaram. O cabelo dela, dourado como o ouro, deslizava suavemente por suas costas, capturando a luz suave que vinha do entardecer. Os olhos de Helena, de um azul profundo, brilhavam como estrelas, refletindo o céu claro de São Jorge, e Otávio sentiu uma onda de emoções invadir seu peito. Ele soltou um suspiro, as palavras presas na garganta, enquanto seu olhar se fixava na pele de Helena. Com a respiração pesada, ele se aproximou devagar, sentindo o calor da pele dela à medida que suas mãos tocavam suavemente sua pele, explorando a suavidade de seu toque. Cada movimento parecia carregado de desejo, mas também de uma ternura intensa, como se aquele momento fosse único e insubstituível.
O amor aconteceu naquele lugar mágico, naquela cachoeira que Helena sempre sonhou em conhecer. Era ali, naquele cenário selvagem e encantado que ela tanto desejava conhecer , desde o momento que conheceu Otávio quando seus olhares se cruzaram parecia suspenso no tempo, como se o universo inteiro tivesse se alinhado para aquela troca silenciosa, profunda. Foi naquele instante que Helena soube, sem palavras, que a vida poderia ter mais brilho, mais cor.
:_ obrigada , meu amor, por me fazer essa surpresa. Eu sempre quis conhecer a famosa cachoeira de São Jorge
Otávio, ao ouvir as palavras dela, sorriu com um sorriso carinhoso e tocou suavemente o queixo de Helena, elevando seu olhar até o dela. A ternura no gesto refletia a sinceridade de suas palavras.
:_ não tem do que agradecer, você é a maior felicidade da minha vida, e você sabe disso, minha sereia. Isso é o mínimo que eu poderia fazer por você, alguém que me faz tão bem.
Helena sentiu as palavras dele tocando seu coração, e, sem conter a emoção, seus olhos se encheram de carinho. Ela olhou para ele, a voz um pouco trêmula, mas cheia de afeto.
:_ você é quem me faz feliz, e me devolveu o brilho na minha vida. Meu amor, eu estava com tanta saudade de você...
Ela então se encostou suavemente no peito dele, buscando consolo. O calor do corpo dele, o som da sua respiração, tudo isso a fazia sentir-se segura, como se tudo estivesse finalmente no lugar.
Otávio, com o coração aquecido por suas palavras, a envolveu com os braços de maneira protetora. Sua mão acariciava os ombros de Helena com carinho, e ele não conseguia deixar de dar pequenos beijinhos na cabeça dela, tentando, de algum modo, aliviar a tensão que ele sabia que ela ainda carregava.
:_ o que aconteceu em são Paulo , meu amor ?
Helena suspirou , profundamente. Sabia que podia confiar nele, mas temia sobrecarregá-lo com seus problemas. Por um instante, seus pensamentos viajaram para tudo o que havia vivido nos últimos dias. Ela ergueu a cabeça, encontrando os olhos calorosos de Otávio, e tentou forçar um sorriso para não preocupá-lo ainda mais.
:_ nada de tão grave ,meu amor. eu já voltei a trabalhar e a faculdade está a todo vapor, então tem sido um pouco cansativo. Além disso, ainda tem a questão do noivado da Kate e do Nando...
Otávio percebendo que ela estava tentando esconder algo, ainda assim escolheu não pressioná-la. Em vez disso, abriu um sorriso suave e carinhoso, puxando-a delicadamente para mais perto.
:_ você sabe que, se quiser ficar aqui para sempre, vai ser a maior felicidade que poderia nos trazer
Tiago e Ana Beatriz conversavam há horas, e o assunto fluía de forma tão natural que parecia que eles já se conheciam há muito tempo. O riso era leve, e Beatriz se sentia à vontade como há tempos não se sentia. Tiago observava cada detalhe dela, o brilho suave de seus olhos, o modo como o sorriso iluminava seu rosto. Ele não conseguiu evitar se inclinar levemente para mais perto, criando um clima de proximidade.
:_ Beatriz
:_ sim
:_ posso fazer uma pergunta a você?
:_ bom, pode sim
Tiago hesitou por um momento, mas o desejo de saber mais sobre ela venceu.
:_ por que você sai sempre sozinha ? Você é jovem, bonita... devia estar com as amigas ou com um namorado, não acha?
Beatriz sentiu o coração apertar. A pergunta a incomodou, mas ela fez um esforço para não demonstrar isso. A noite estava agradável, e ela não queria estragar o momento.
:_ como eu te disse, eu não tenho sido uma boa companhia. Acho que é por isso que todos acabaram se afastando de mim.
Tiago franziu as sobrancelhas, claramente não concordando com o que acabara de ouvir. Ele se inclinou um pouco mais para perto, o tom de sua voz carregado de sinceridade.
:_ eu acho que não, Sua companhia é agradável, Beatriz. Se as pessoas se afastaram de você, então o problema está nelas, não em você.
Beatriz tentou sorrir, mas a lembrança do motivo real para o afastamento das pessoas pesava sobre seus ombros. Ela desviou os olhos, e seu sorriso vacilou.
:_ você fala assim por que não me conhece assim, Se conhecesse, sua opinião seria outra.
O brilho nos olhos de Tiago não diminuiu. Ele parecia querer entender mais, alcançar as camadas que Beatriz mantinha escondidas.
Ana Beatriz ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto respondia com um sorriso discreto
:_ eu saio mais com meu irmão e minha cunhada, que é minha melhor amiga. Mas hoje eles estão em um "date", então não é o caso, né? Não seria legal. Eles também precisam de um momento só para eles.
Tiago acenou com a cabeça, o sorriso gentil permanecendo nos lábios. Ele inclinou-se um pouco mais, demonstrando interesse sincero
:_ é verdade, mas você também deve ter outras amigas ou amigos
Ana Beatriz desviou o olhar por um instante, sentindo um leve aperto no peito. A lembrança das amizades que havia perdido pelo caminho, em grande parte por conta de sua obsessão por Otávio, ainda pesava em sua consciência. Forçou um sorriso, tentando parecer casual
:_ eu tenho umas pessoas,... Mas, sabe, uma das minhas amigas se casou e, nos finais de semana, acho que ela está mais com a família do marido. Outra se mudou para outra cidade... E aqui em São Jorge, não tem muito o que fazer.
Tiago riu de leve, entendendo o ponto dela, mas ainda assim via o lugar com outros olhos. Ele ergueu as sobrancelhas e disse com um brilho nos olho
:_ é verdade que é um local pacato, mas tem suas belezas. É tranquilo, bonito e cheio de alegria se a gente souber onde procurar.
:_ você nunca me disse da onde é. Ou já falou e eu esqueci?
:_ Sou do Paraná. Não sei se conhece.
:_ ainda não
:_ meu pai pai cresceu aqui, mas depois nos mudamos. Agora voltei por conta do trabalho com a minha família... e, confesso, me apaixonei pelo lugar.
:_ que legal, e o que te fez se apaixonar por são Jorge?
:_ ele ter ficado ainda mais bonito nos últimos dias
Apesar da conversa fluida e agradável, Ana Beatriz olhou discretamente para o relógio em seu celular e percebeu que o horário já estava avançado. Um frio percorreu sua espinha ao lembrar que havia saído de casa sem avisar os pais. Sem seu irmão para ajudá-la a lidar com a situação, seria quase impossível evitar problemas. A lembrança da última discussão com sua mãe, Joane, veio à mente, trazendo uma sensação desconfortável e pesada.
Tiago, atento às expressões dela, inclinou levemente a cabeça e perguntou com preocupação:
:_ o que houve? tá sentindo alguma coisa?
:_ não , não... Eu tô bem. Só percebi que já passei da minha hora.
:_ ah eu te atrasei...
:_ não, a conversa estava muito legal e eu acabei perdendo o horário mesmo
:_ bem, meu carro está estacionado se quiser e puder eu posso te deixar em casa
Tiago hesitou por um momento, depois apontou para a direção onde seu carro estava estacionado.
Ana Beatriz ficou em silêncio por alguns segundos, ponderando. Não queria que ninguém soubesse que era filha de Joane e Estevão. Seus pais eram figuras conhecidas em São Jorge, e qualquer aproximação poderia gerar curiosidade ou fofocas. Além disso, não tinha ideia de onde seu irmão estava, nem se conseguiria encontrá-lo para voltar para casa.
:_ não precisa, eu não quero lhe incomodar novamente
Tiago riu baixinho e deu um passo na direção dela, com um olhar genuíno de preocupação.
:_ você nunca me incomodou, sabia? E, além disso, já tá tarde. Não é seguro você voltar sozinha. Eu realmente não ficaria tranquilo deixando você ir assim.
:_ bom, pensando por esse ponto você tem razão. mas de verdade não quero que isso torne um incomodo
Tiago abriu um sorriso tranquilizador e gesticulou com a mão, como se quisesse afastar qualquer ideia de incômodo.
:_ De maneira alguma. Além do mais, até a sua casa a gente pode aproveitar e conversar mais um pouco.
A noite estava chegando ao fim, e Otávio conduziu Helena até a porta de casa. O clima entre eles era doce e apaixonado, cada gesto carregado de carinho. Ele a segurou pela mão com firmeza, enquanto seus olhos brilhavam sob a luz suave do luar.
:_ Não importa o tempo, nem a distância, meu amor. Sempre estarei ao seu lado. Sempre.
Helena , sentindo o coração aquecido pelas palavras do amado, sorriu enquanto ajustava o vestido e prendia os cabelos úmidos, ainda desalinhados pela noite intensa que haviam vivido. Apesar do calor e do suor, ela parecia radiante, como se o amor a envolvesse em um brilho próprio.
:_ Obrigada, meu amor, por essa noite tão maravilhosa
Otávio respondeu sem hesitar, segurando delicadamente o rosto de Helena com ambas as mãos. Seus polegares acariciaram levemente suas bochechas enquanto ele depositava um beijo suave nos lábios dela.
:_ Não precisa agradecer. Ver você feliz é tudo o que eu preciso.
O casal permaneceu por mais alguns instantes juntos, trocando beijos e afagos que diziam mais do que as palavras poderiam expressar. Era como se o tempo tivesse parado para eles, permitindo que aproveitassem cada segundo de cumplicidade e paixão.
Finalmente, Helena se afastou com um suspiro contente, mas relutante. Ao abrir a porta, virou-se para Otávio uma última vez, e ele, com um sorriso cúmplice, disse
:_ Até amanhã, minha sereia.
Ela entrou em casa com o coração leve, enquanto Otávio observava-a desaparecer pela porta. Para ele, cada momento ao lado dela era uma vitória contra os desafios que ainda poderiam surgir, e seu amor por Helena era a força que o guiaria em qualquer batalha.
Quem também estava em casa era Victor. Após deixar Luísa na casa de sua tia, tomou uma ducha fria na tentativa de clarear a mente bagunçada. A água escorria pelo corpo como se pudesse levar embora a confusão de seus pensamentos, mas não era tão simples. Sua razão sabia muito bem o que era certo: estar com Luísa, a mulher que o amava, valorizava e respeitava como ninguém. Porém, seu coração teimoso insistia em se perder na presença de Ana Beatriz, o amor do passado que ainda fazia seu peito tremer e seu coração palpitar. Ao sair do banho, vestiu uma camiseta leve e um shorts de tecido macio, próprio para a noite quente de São Jorge. Ligou o ventilador do quarto, deixando a janela aberta para sentir o ar fresco que entrava da rua. A luz fraca dos postes públicos mal iluminava o caminho, mas o céu estrelado fazia sua mágica. Victor apoiou os braços no parapeito da janela, olhando para o horizonte. Enquanto observava as estrelas piscarem contra o fundo negro do céu, sua mente vagava. Por mais que tentasse se concentrar no presente e na estabilidade que Luísa lhe oferecia, o fantasma de Ana Beatriz continuava a rondá-lo, invadindo seus pensamentos sem convite.
Ele fechou os olhos e suspirou profundamente, como se o ar carregado pudesse aliviar o peso que carregava. Pensava consigo mesmo, quase em um desabafo silencioso:
"Por que não consigo tirar você da cabeça, Bia? Por que você ainda mexe comigo, mesmo depois de tudo? Você só me feriu como homem... Não deu valor ao amor que eu sempre senti por você, e ainda assim, meu coração continua preso em algo que não existe mais. Eu sei que você ainda é apaixonada pelo Otávio, mas por que isso ainda me afeta tanto?"
As palavras não ditas ecoavam em sua mente como uma melodia melancólica. Ele passou a mão pelo rosto, tentando afastar o turbilhão de emoções. Victor sabia que precisava manter a razão acima da emoção, mas era difícil. O coração, afinal, nem sempre obedecia à lógica.
Enquanto isso, do lado de fora, o céu estrelado parecia observá-lo silenciosamente, como se as próprias estrelas quisessem dizer algo que ele ainda não conseguia compreender.
Ao chegar à porta de casa, Tiago estacionou o carro e abriu um sorriso, seus olhos brilhavam de expectativa. Ele esperava por um tão aguardado beijo, e pelo brilho nos olhos de Ana Beatriz, parecia que ela também queria o mesmo. A vontade era recíproca, mas algo ainda a fazia hesitar.
:_ bem, eu moro aqui...
:_ que pena, eu pensei que sua casa fosse mais longe. Assim, poderíamos passar mais tempo conversando.
Ana Beatriz riu discretamente, arrumando novamente uma mecha de cabelo que insistia em cair sobre o rosto. Ela sabia o quanto havia sido bom passar aquelas horas ao lado de Tiago, um encontro que o destino preparou sem aviso.
:_ foi muito legal ter te encontrado
:_ eu também gostei, foi um lindo presente do destino
Ele começou a se aproximar, devagar, sem pressa, o rosto dele se inclinando ligeiramente na direção dela. Tiago estava prestes a tomar coragem para um beijo, mas Ana Beatriz recuou levemente, sinalizando com um olhar de dúvida.
:_ eu acho que já está na hora de eu entrar
Tiago percebeu o recado e recuou com um sorriso compreensivo, mesmo que um pouco desapontado.
:_ ... Obrigado pela companhia. E pela conversa. Foi muito bom te encontrar, Beatriz.
Ana Beatriz sorriu de volta, tentando aliviar a tensão no ar. Ela se inclinou para frente e deu um beijo delicado no rosto dele, deixando o leve toque de seu perfume no ar ao descer do carro.
:_ obrigada pela carona, foi muito bom ter te encontrado
Ao chegar no quarto, Ana Beatriz olhou rapidamente para o corredor, tentando perceber se seus pais haviam notado o horário de sua chegada. Mas nem mesmo Paulina estava acordada. Sentiu um misto de alívio e incômodo ao pensar na liberdade que a invisibilidade em sua casa lhe proporcionava. Enquanto usava o banheiro para lavar o rosto, um pensamento sarcástico surgiu: "As vantagens de ser invisível. Dona Joane e meu pai nem percebem minha ausência... Só a do Bruno." Voltando para o quarto, fechou a porta com cuidado para não fazer barulho. Sentou-se na cadeira ao lado da cama e ligou a tela do computador, mais por hábito do que por vontade de usá-lo. Por um momento, desviou o olhar para a janela. A rua estava silenciosa, iluminada por algumas luzes amareladas dos postes. Tiago, claro, já havia ido embora. Ana Beatriz suspirou profundamente, o arrepio do beijo que não aconteceu ainda percorrendo seu corpo. Encostou-se na cadeira, frustrada com suas próprias decisões. "Por que você não o beijou, Beatriz? Ele é bonito, simpático e, pelo jeito, gosta de você. Nem o WhatsApp dele eu peguei! Caramba!"
Ela balançou a cabeça em reprovação a si mesma e, ao olhar para o relógio, percebeu que Bruno ainda não tinha chegado em casa. "E eu precisava tanto de alguém para conversar..."
Ela fechou os olhos por um instante, abraçando as dúvidas e os arrependimentos que agora preenchiam seu quarto vazio.

Na manhã seguinte , Otávio levou a família à feira, mantendo a tradição dominical tão comum nas cidades do interior. O dia estava ensolarado, e o ar carregava o aroma fresco das frutas e verduras expostas nas barracas. Ao lado de seu pai, Nelson, sua madrasta, Iolanda, e sua irmã mais nova, Inês, Otávio caminhava, observando a movimentação tranquila do lugar. Apesar do cenário acolhedor, Otávio não pôde deixar de notar a inquietação de Inês. Era estranho vê-la tão calada e distraída, especialmente depois de ter passado a noite anterior com Bruno, o namorado. Ele hesitou por um momento, mas decidiu não perguntar ali, em meio à agitação da feira. enquanto Iolanda escolhia escolhia frutas e verduras para a semana, Nelson caminhava até o setor de carnes, decidido a comprar algo especial para o churrasco que aconteceria mais tarde na casa dos Reis, sogros de Otávio. Apesar de saber que não havia necessidade, Nelson queria impressionar. No fundo Nelson nunca se perdoou por não ter conseguido conquistar a Amália e o fato de que precisar sempre estar perto o tirava a paz , inclusive por ela ser a esposa do patrão e mãe de Helena, todos ali pareciam guardar um segredo.
O celular de Otávio vibrou com uma notificação, interrompendo seus pensamentos enquanto caminhava entre as barracas da feira. Ele pegou o aparelho e viu que era uma mensagem de Elisabeth, a suposta prima distante de sua "falecida" mãe, Olívia. Um sorriso involuntário surgiu em seu rosto, e ele resolveu compartilhar a novidade com o pai e a madrasta. de forma quase imperceptível. Ao seu lado, Iolanda tentou manter um semblante neutro, mas a insatisfação brilhou em seu olhar. Inês, mesmo mergulhada em seus próprios pensamentos, captou o clima estranho. Ela observou o pai e a madrasta e percebeu o esforço deles para disfarçar suas reações. Foi então que algo lhe veio à mente: as palavras de Helena. Sua cunhada sempre havia demonstrado certa desconfiança em relação a Elisabeth. "Ela aparece do nada, com essas histórias desconexas sobre a família", Helena havia comentado certa vez, com uma expressão de quem já tinha investigado o suficiente para levantar suspeitas.
Inês rapidamente cortou o assunto e disse aos pais que precisava comer algo pois não havia tomado café da manhã em casa e também por que caldo de cana com pastel da feira é uma das melhores culinária das feiras do interior. Enquanto caminhava em direção à barraca de pastéis, Inês pensava. Aquele parecia o momento certo para retomar uma conversa com Helena sobre Elisabeth. Da última vez que tentou tocar no assunto, havia sido impossível. Entre os problemas que enfrentava com Bruno e as confusões recentes causadas por Ana Beatriz, a conversa ficou para trás. Pegando o celular, Inês digitou uma mensagem rápida para Helena: "Lele ,bom dia . espero que esteja acordada, desculpa pelo horário, mas acabei de ouvir o Otávio falar sobre a Elisabeth de novo. Acho que a gente precisa conversar sobre ela. Me avisa quando puder, ok?" Naquele momento, Helena estava em seu quarto, tomando café e comendo um pedaço de bolo de milho. Enquanto lia a mensagem de Inês, seus olhos recaíram sobre o computador à sua frente. Na tela, estavam os arquivos que havia reunido sobre Elisabeth. Ela suspirou, pensativa. Tinha a sensação de que algo não estava certo, mas as peças do quebra-cabeça ainda não se encaixavam. Foi então que uma ideia lhe ocorreu: "Eu posso tentar falar com a Tiana!" Sebastiana, uma antiga funcionária da família, já trabalhava para seus pais — ou até mesmo para os avós — na época em que Olívia ainda era viva. Helena sabia que, se havia alguém que poderia trazer à tona informações importantes sobre Elisabeth, era Sebastiana.
.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário