capitulo 6: O Amor Sob Ataque ( parte 5)
No intervalo da faculdade, Catarina se esforçou para que Helena esquecesse o mal-estar de mais cedo no shopping. Com toda a simpatia que esbanjava, o olhar inocente e a voz doce, fazia questão de manter o controle na amizade. Mas, ao perceber Helena um pouco distante e até chateada, pensou em silêncio: “Que garota irritante.”
Maitê se aproximou de Helena com um sorriso gentil e lhe ofereceu um refresco — o favorito da amiga.
:_ você parece abatida amiga
Helena olhou confirmando com a cabeça
:_ estou um pouco cansada da viagem e tudo aquilo que te contei
:_ toma esse suco é seu favorito está bem docinho
Catarina, com um ar de pureza e preocupação, indagou:
:_E como foi sua viagem, amiga? Você não me disse nada ainda. Tem alguma novidade boa?
:_ Meu pai ficou encarregado de ajudar a minha sogra, a madrasta do Tavinho… Bom, eu não te contei, mas minha sogra vai abrir um ateliê, uma loja de aluguéis. Vai ser ótimo, porque lá em São Jorge tem poucos comércios, principalmente de moda e tal.
Catarina tentava disfarçar o asco que sentia e ria por dentro, mas continuava com a postura doce e cínica.
:_ sim sim, você nos comentou e eu fico feliz
:_ Eu também! Iolanda é muito guerreira e merecedora. Uma mulher de fibra, de um coração de ouro e mãos de fada.
:_ ela costura muito bem realmente
Helena super entusiasmada comenta com alegria sem ao menos enxergar o asco que Catarina sentia
:_ sim, são lindos e olha que as peças que eu trouxe sairam rápido logo terá reposição
:_ e seu namorado vai vir ao baile de máscara?
:_ sim , e minha cunhada e o namorado dela, mas amiga eu gostaria de falar uma coisa contigo
Catarina se assustou
:_ sim amiga
:_ Na verdade, quero falar com vocês duas. Bom… depois do baile de máscara eu vou voltar a São Jorge, e queria que vocês me acompanhassem. Primeiro, pra curtir um pouco o final de semana, e também porque eu gostaria que você provasse seu vestido — o de noivado, é claro.
Catarina não entendeu, mas fingiu normalidade, enquanto Maitê ficou muito feliz com o convite. Catarina, então, respondeu:
:_ Claro, amiga! Eu vou adorar ir com vocês. Eu, de verdade, preciso tirar uns dias de folga. E descansar no conforto da natureza é realmente reconfortante.
:_ E sobre o vestido… bem, se você aceitar, eu gostaria de lhe presentear, é claro. E queria que Iolanda fizesse.
Catarina tentou evitar a palidez. Esperava que Helena lhe desse um vestido de grife — ou até mesmo importado. Mal conseguia esconder o incômodo que sentia, e, claro, Helena percebeu.
:_ Se isso não for um incômodo pra você, é claro. Se tiver outra pessoa, modelo ou loja em mente, eu super vou entender e respeitar.
:_ É uma ideia maravilhosa, amiga. Eu tenho uns modelos em mente que vi numa revista e tô muito interessada, apaixonada.:_ Se preferir, podemos encomendar em outro lugar, de outra pessoa. Não tem problema.
Helena percebeu o quanto Catarina ficou constrangida e até um pouco incomodada. Surpresa com a reação da amiga, decidiu não insistir — afinal, Catarina era a noiva, e tinha todo o direito de escolher os detalhes de um dia tão mágico, para que tudo fosse exatamente do seu gosto.
Toda São Jorge parecia envolta em melancolia e tristeza. Luísa observava pela janela a iluminação pública, os poucos carros que passavam e, ao longe, o som distante de crianças brincando no parque de diversões da praça próxima. Seu rosto estava em negação, e algumas lágrimas desciam sem esforço, escorrendo pela face até tocarem seus lábios, amargos como o sentimento que a consumia.
Pensava em Victor e nos momentos lindos que viveram juntos, mas se culpava por ter se apaixonado por ele. Doía amar sem ser correspondida — era um sentimento corrosivo, silencioso e cruel. Por mais que tentasse, Luísa não conseguia afastar a sensação de que Victor jamais tiraria Beatriz da mente. Comparava-se a ela, mesmo sem querer.
Luísa era bonita, simpática, inteligente e dona de uma postura firme, decidida e responsável. Já Beatriz, em sua visão, não passava de uma menina mimada, traiçoeira e birrenta — patética, e ainda assim capaz de tirar o ar de Victor.
Gabriela fora o primeiro amor de Bruno — o despertar da paixão, aquele amor adolescente que marca uma vida, para o bem e para o mal. Ela representava o espiral de desejo e ilusão, e era impossível para Inês não se sentir ameaçada por isso.
Já o amor entre Inês e Bruno era diferente: mais maduro, sincero e cheio de aprendizado. O que começou como um capricho de ambos acabou se transformando em algo verdadeiro e recíproco. Ainda assim, o turbilhão de sentimentos e pensamentos apertava o peito da menina, que tentava se distrair deitada na cama, assistindo a vídeos aleatórios no explorar do Instagram.
Enquanto isso, Otávio também se perdia em dúvidas e inquietações. Beatriz havia conseguido o que queria: plantar a semente da desconfiança em seu coração. E a insegurança, ele sabia bem, era o primeiro passo para o fim de qualquer relacionamento.
O rapaz ouvia uma música sertaneja em volume baixo, vinda da caixinha JBL sobre a cômoda ao lado da cama. O quarto já estava às escuras, e a única luz vinha do clarão da tela do celular, que ele observava impaciente, esperando uma notificação de Helena.
Iolanda comentou com Nelson que os filhos estavam muito estranhos — especialmente Inês, que há dias andava pelos cantos, cabisbaixa, com o olhar apagado e sem o brilho de sempre. Iolanda tinha quase certeza de que o motivo era Bruno. Enquanto servia café ao marido, ouviu-o resmungar:
:_ eu sabia que esse namorico com esse rapaz não iria dar certo
:_ precisamos conversar com ela e entender o que está acontecendo
Nelson, impaciente, respondeu:
:_ não vou falar nada. Ela sabia muito bem que esse moleque só queria brincar com os sentimentos dela, usá-la. Ela estava ciente disso.
:_ não é fácil quando estamos apaixonados , nelson.
:_ eu não sei o que deu nos nossos filhos que decidiram se apaixonar por gente de classe social tão diferente da nossa
Ressentida e um pouco enciumada, Iolanda retrucou:
:_ talvez tenham puxado a você.
:_ não fale asneira
:_ é verdade, primeiro foi a filha do patrão e olha, como a Oli...
Nelson a interrompeu bruscamente. Iolanda sabia que o assunto da mãe de Otávio ainda o machucava, e além disso, não queria manchar a imagem que o filho tinha da mãe.
:_ eu peço que não toque nesse assunto — nem aqui, nem em lugar nenhum. Isso é passado. Não cabe crises de ciúmes nessa altura do campeonato.
Victor refletiu sobre a conversa que tivera com Otávio mais cedo. Sabia que estava agindo de forma errada — e até cruel — com Luísa. Não queria magoá-la, não queria machucá-la, mas seu ego ferido falava mais alto.
Era claro que Beatriz ainda não havia superado Otávio; aquele sentimento havia se transformado em obsessão. Por isso, Victor sabia que não poderia mais tentar ter algo com ela.
Estar com Luísa parecia mais conveniente. Ela o amava, era bonita, inteligente, simpática — e estar ao seu lado não era nenhum sacrifício. O medo de, no fim, acabar sem nenhuma das duas o fazia se agarrar ao que restava. Por comodismo, preferia continuar com Luísa, acreditando que talvez, com o tempo, acabasse se apaixonando por ela.
Desbloqueou o celular e decidiu enviar uma mensagem. Do outro lado, Luísa estava aflita, ansiosa. Mesmo com Victor garantindo que nada sentia por Beatriz, ela não conseguia enganar a si mesma — percebia sua indiferença, a distância crescente… e sabia que o motivo tinha nome: Ana Beatriz.
Quando Luísa ouviu o toque da notificação, sentiu o coração acelerar. As mãos ficaram geladas, trêmulas. Pediu a Deus, em silêncio, que fosse ele — e que fosse algo bom.
´´oi meu bem´´ Aquelas três palavras foram o bastante para ela soltar um suspiro. Apertou os lábios e ficou alguns segundos encarando a tela do celular. Aquela notificação… como ela havia desejado por aquilo. Pensou em ignorar, em não responder, em esperar um pouco — mas não conseguia. Sentia uma necessidade quase desesperadora de falar com ele, de estar com ele, nem que fosse por mensagens. Engoliu em seco e abriu a conversa. Os dois traços azuis apareceram. Ela começou a digitar. Queria xingar, queria elogiar, queria dizer o quanto desejava ser amada e correspondida por ele. Mas, no fim, apenas respondeu: ´´oi´´ Tentou parecer indiferente, mesmo que por dentro estivesse em pedaços.
´´ “Espero não ter lhe acordado, Luly.”
Ele escreveu, tentando soar cordial. Com o celular nas mãos trêmulas e a respiração suspensa, Luísa sentia o coração disparar. A boca estava seca.
“Não, não acordou não.” Digitou, tentando parecer tranquila.
Ele escreveu, tentando soar cordial. Com o celular nas mãos trêmulas e a respiração suspensa, Luísa sentia o coração disparar. A boca estava seca.
“Não, não acordou não.” Digitou, tentando parecer tranquila.
Victor percebia — e compreendia — a chateação de Luísa, porque já estivera no mesmo lugar. De certa forma, ainda estava. Por isso prometera a si mesmo que ficaria ao lado dela, que se dedicaria a fazê-la feliz, e que, talvez assim, acabasse se apaixonando por ela.
“Vamos almoçar amanhã juntos, meu bem? Não quero que essa situação chata fique entre nós, minha gatinha.” Luísa leu e abriu um sorriso genuíno. Ficou alguns segundos hipnotizada pela tela do celular, agradecendo aos céus por aquela mensagem. Ligou o ventilador e se deitou na cama com o coração leve — como se tivesse tirado um peso dos ombros.
com todo carinho ela então respondeu “vamos sim. Eu também não quero que esse clima ruim fique entre a gente.”
Victor finalizou dizendo que a buscaria no trabalho. Depois, acendeu um cigarro e se perdeu em meio aos próprios pensamentos. O olhar vagueava pelo quarto, enquanto tentava convencer a si mesmo de que estava fazendo o que era certo.
Enquanto isso, Luísa vestiu o pijama. Pela janela aberta, sentia o vento entrar e via os galhos da árvore balançarem. A paisagem do interior era bonita, calma. Ela estava amando — e, na ânsia de ser amada, se agarrava às pequenas esperanças de ter Victor por completo.
Na casa dos Falcão , , Joaquim comentava a respeito do filho.
Dolores, como sempre, defendia Felipe. Argumentava que o rapaz estava mudado, mais responsável, agora que finalmente aceitara voltar para o pré-vestibular. Mas Joaquim ainda não se mostrava satisfeito — afinal, Felipe já deveria estar na faculdade.
:_ Um passo de cada vez, Joaquim. Nosso filho voltou a estudar, diminuiu as saídas com os “amigos”, se afastou de más influências... até o surf ele tem deixado um pouco de lado.
Joaquim respondeu de forma ríspida
:_ Eu não vejo tanto esforço assim. ele estuda apenas e nunca trabalhou na vida
:_ Nosso filho está amadurecendo, e eu posso garantir que ele vai melhorar muito. Não pegue tanto no pé do garoto.
:_ Ele não é mais um garoto, Lola, e você sabe disso. Preciso que ele tome responsabilidades, se quiser um dia me substituir na empresa. Não quero deixar a Falcão nas mãos de alguém de fora, que não tenha meu sangue.
:_ não pensa nisso agora
:_Eu preciso saber que meus descendentes vão honrar o legado da família. Mas, com esse Felipe irresponsável e você passando a mão na cabeça dele, protegendo-o de tudo...
:_ Não me culpe, ou pelo menos não culpe só a mim. Se Felipe é assim, a responsabilidade é dos dois — sua e minha.
:_ A maior parte é sua! Sempre o mimou demais. Cartões de crédito, viagens, moto, surf... nunca o transformou em um homem.
:_ Joaquim, você é um homem rico. Nosso filho não pode andar por aí feito um menino de rua.
Joaquim interrompeu, já exaltado.
:_ ele não é um menino!
Dolores respirou fundo. Tentava manter a calma.
:_ É normal que ele tenha acesso ao que podemos oferecer. Olha, o Felipe já está estudando, mudando o comportamento. Assim que entrar na faculdade, você pode oferecer um estágio a ele.
Joaquim fumava um charuto, ainda relutante diante da situação. Dolores percebendo a situação resolveu mudar de assunto
:_ A propósito... como está a fusão com a Atern?
Joaquim engoliu em seco. Ainda não havia comentado sobre o assunto em casa — principalmente porque a representante da Atern era Laís.
Laís , que antes era apenas uma conhecida, uma amiga de trabalho no máximo... agora se tornara algo muito mais importante para Joaquim.
:_ está indo bem, tudo nos conformes
Dolores indagou curiosa
:_ não falou nada a respeito , fiquei curiosa
:_ não falei, por que você não se mostra interessada nos assuntos da empresa
Dolores respirou fundo, tentando se controlar. Mas Joaquim estava de péssimo humor naquele dia.
:_ eu sempre me interessei pela empresa, embora eu não entenda de muitas coisas sempre me mostrei interessada e principalmente no que diz respeito a você, meu marido.
Joaquim desviou o olhar. Tentava negar, disfarçar. Mas o que o irritava de verdade era não conseguir afastar da mente a imagem de Laís — seus olhos, sua pele, o cabelo, o sabor de hortelã em seus beijos.
:_ esqueça isso Lola, está tudo bem assuntos de trabalho em casa é estressante.
O tempo passava, e chegava a hora da última aula.
Especialmente naquele dia, Helena se sentia mais cansada, ansiosa e apreensiva. Imaginava que fosse por causa da viagem — ainda não havia descansado direito. Talvez fosse o sono... ou talvez o fato de saber que a última aula seria com João. Ele vinha sendo insistente. Ela ignorara suas mensagens, e aquela situação começava a ficar desconfortável. Um mal-estar crescente tomava conta de Helena, uma mistura de ansiedade e culpa. Pensou em ir para casa, fugir da obrigação de encará-lo. Mas sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria de vê-lo novamente. E que situação difícil...
A atração era recíproca — disso, ela não podia negar. João era seu professor na faculdade, mas também era um homem interessante, inteligente e simpático. Ainda assim, Helena estava com Otávio. E o amava.
Enquanto se perdia nesses pensamentos, a porta da sala se abriu.
Com um sorriso bonito, óculos e o cheiro fresco de um banho recém-tomado, João Paulo entrou. :_ boa noite turma
alguns alunos responderam em coro
:_ boa noite
Ele dizia , deixando um leve sorriso escapar no canto da boca.
:_ Espero que tenham descansado nesse feriado prolongado, porque hoje temos muito o que fazer
Rafaela, mais uma vez, tentava chamar a atenção de João.
— ou quase todas — as moças da turma o achavam charmoso. Trocas de olhares eram comuns, e ele percebia, mesmo quando fingia não notar. Ainda que não admitisse, aquilo alimentava um pouco o próprio ego.
Apesar disso, João mantinha o comportamento profissional. Sabia que, mesmo sendo mulheres adultas, aquelas jovens ainda eram suas alunas.
:_ eu fiquei muito satisfeito com o último trabalho que passei, muitos me chamaram a atenção pela dedicação e empenho , senti que muitas pessoas colocaram a alma nesse trabalho e isso me alegra
Os alunos sorriram, animados com o elogio.
:_ e eu pretendo recomendar algumas pessoas para estágios, Ao longo da etapa, vou conversar individualmente com cada um. Vocês sabem o quanto o estágio é uma fase importante.
Rafaela ergueu a mão, o olhar provocante.
:_ professor ?
João respondeu com naturalidade
:_ sim ,pode dizer
:_ existe alguém em especial que você tenha gostado ?
João respirou fundo antes de responder.
:_Há alguns trabalhos que me chamaram mais a atenção, não apenas um. ,
Rafaela continuou em tom de provocação
:_ acredito que da ´´Heleninha´´ tenha lhe chamado a atenção
mantendo a paciência e o profissionalismo, João respondia mas a forma que ele fitava Helena no olhar medindo-a dos pés a cabeça lhe deixou corada
:_ foi um trabalho muito bem feito, mas prefiro conversar individualmente com cada aluno.
Um silêncio se instalou na sala de aula enquanto João voltava para sua mesa e iniciava um novo assunto.
:_ Soube que alguns alunos estão envolvidos pessoalmente com o projeto do baile de máscaras. É verdade?
O olhar de toda a turma se voltou para Helena. Ela sorriu, um pouco sem jeito, antes de responder
:_ Sim. Bem... eu sou uma das organizadoras, junto com outros alunos. A Maitê Couto, que o senhor já conhece, e mais algumas pessoas.
:_ Muito bem. Pelo que vi, está tudo muito bem organizado. E a divulgação...
Mas Rafaela, visivelmente enciumada, o interrompeu de forma grosseira
:_ Desculpa, professor, mas eu realmente não entendo o que isso tem a ver com o nosso curso.
João respirou fundo, mantendo o tom calmo, mas firme
:_ Rafaela, por favor. Gostaria que não falasse assim novamente. Você me cortou antes que eu pudesse terminar. Como eu dizia, o projeto está muito bem estruturado — especialmente o marketing da divulgação. Gostaria de parabenizá-los... e parabenizar, em especial, a aluna Helena dos Reis.
Helena sentiu o rosto corar levemente.
:_Obrigada, professor João. Mas é um trabalho em conjunto. Devo muito aos meus amigos — principalmente à Maitê Couto.
Ao terminar a aula, alguns alunos se retiraram da sala.
Helena ainda organizava seus materiais — as mãos suavam e tremiam sem que ela entendesse o porquê. Sentia o coração pulsar forte, o ar pesar no peito. E logo naquele dia... justo o dia em que não teria ninguém para acompanhá-la. Maitê tinha mais uma aula, Catarina havia saido mais cedo com Fernando e Thainara .. nem sabia se voltara para o campus — desde que começara a sair com Felipe, a moça estava completamente diferente.
Perdida nos próprios pensamentos, Helena deixou a garrafa cair no chão. Antes que se abaixasse, João a pegou e lhe entregou em mãos.
Os olhares se cruzaram, ela tremeu. Não conseguia negar o impacto daquele olhar.
:_ obrigada professor , eu sou muito desleixada
:_ não , nada disso. Helena eu gostaria de falar contigo um minuto
:_ sinto muito professor, eu tô um pouco com pressa
:_ mas é rápido, pode ser ?
:_ De verdade, eu tô muito apressada. Me desculpa.
João pareceu desapontado, mas insistiu
:_ É rápido, eu te acompanho até o estacionamento e podemos conversar no caminho. Não é nada demais, eu prometo.
Helena suspirou, rendida.
:_tudo bem, mas precisa ser rápido.
Enquanto ela seguia em direção ao estacionamento, João deixou alguns papéis na sala dos professores, bateu o ponto e logo a alcançou.
Helena caminhava apressada, mas sentia os pés pesados, como se o chão a puxasse para baixo. O mal-estar voltava — aquela sensação horrível, o nó na garganta, o enjoo. Será que é ansiedade? — pensava em silêncio.
:_ obrigada por aceitar falar comigo , Helena.






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