sábado, 24 de agosto de 2024

my only one - 2 temporada

 capitulo 4: tentativas em vão ( parte 4) 



Helena e Otavio e Otávio chegaram na lanchonete onde Bruno e Inês estavam. Otávio estava com um sorriso de orelha a orelha, abraçado com sua amada. Nem parecia o mesmo Otávio de horas atrás, que estava impaciente, cabisbaixo e ansioso. Inês, que adorava fazer piadas, não perdeu a chance: 
:_ huuuuum , todo felizinho, né, irmão? 
Otávio corou com o comentário da irmã, olhando para Helena com um brilho nos olhos: 
:_ perto da Lele , eu sou o homem mais feliz desse mundo 
Inês sorriu de volta , satisfeita com a felicidade do irmão: 
:_ até que enfim te vejo sorrindo,  Tavinho
:_ vamos voltar para a casa ? não avisei o pai que iria demorar
Inês riu , mexendo no cabelo enquanto se inclinava para pegar um guardanapo: 
:_ o pai já sabia que a lele viria. Já faz dias que minha cunhada está preparando essa surpresa para te ver, irmão 
Otávio sorriu e deu um beijo carinhoso na cabeça de Helena, que estava ao seu lado, passando o braço ao redor dela: 
:_ sua danadinha , combinou com todo mundo é ?
:_ combinei com a Inêsinha , e minha mãe acabou comentando com seu Nelson quando ele veio trazer  minha mãe e a dona Tiana ao povoado mas ele prometeu guardar segredo 
enquanto dava beijinhos em Helena, Otávio comentou:
:_ uma danadinha mesmo. Amei que você veio me ver, meu amor
:_ agora é você quem me deve uma surpresa , hein? Vou cobrar 

Inês se despediu de Bruno, combinando que eles se falariam para ajustar os detalhes do final de semana. Otávio ainda não sabia sobre Gabriela e Cecília. 
:_ eu te ligo então, para combinarmos um lugar para a gente sair amanhã, tá bom? Será que seus pais deixam? 
Otávio colocou a mão no ombro de Bruno e respondeu, com um tom de confiança: 
:_ eu converso com eles por vocês dois 
Inês sorriu alegremente enquanto Otávio continuava a conversa: 
:_ vou retribuir a gentileza de vocês por ajudar na surpresa. E também vejo que o Bruno mudou, se tornou um homem responsável, e minha irmã também 
Inês deu um beijo carinhoso no rosto do irmão como agradecimento: 
:_ valeu, irmãozinho, pelo apoio. Realmente, o chá da Helena faz efeito, né?  kkk
Helena corou com o comentário brincalhão da cunhada, olhando para o chão enquanto sorria timidamente. Inês então se despediu de Bruno com um beijo suave nos lábios. e depois de Bruno ir embora, eles combinariam de como iria levar os carros :
:_ da para eu e a Inês irmos no meu carro até a sua casa? Assim colocamos o papo em dia. E também vou dar um pulinho na sua casa para ver a Dona Iolanda 
:_ tá certo, meu amor. Então, podemos buscar os carros? 
:_ podemos sim, meu amor 

Helena chamou Inês para ir com ela, pois queria conversar com a cunhada sobre a situação envolvendo Gabriela, a ex-namorada de Bruno, e Cecília. Inês precisava desabafar sobre o assunto com alguém de confiança, e a única pessoa com quem se sentia à vontade era Helena. Ela não se sentia confortável em discutir esses temas com sua mãe, Dona Iolanda, pois não sabia como ela reagiria. Além disso, apesar de ter retomado a amizade com Beatriz, Inês ainda guardava ressentimento pela situação constrangedora que Beatriz havia causado e não confiava plenamente nela. 



Ana Beatriz estava desesperada por ter falhado mais uma vez. Sentia-se fraca, insegura e impotente em relação a Helena. Sentada em frente ao computador, ela se concentrava em pesquisar sobre a vida da menina. Seus olhos percorriam a tela, analisando as fotos, os "likes", os seguidores e todos os detalhes possíveis — informações de antes mesmo de Beatriz conhecer Helena. 
 enquanto revirava a vida da rival, Ana Beatriz chorava em silêncio. Seus pensamentos se tornaram uma tormenta interna. “Eu não vou parar até conseguir te derrubar,” murmurava para si mesma, com os lábios tremendo de raiva. “Se antes minha vontade era apenas tirar o Tavinho de você, hoje eu quero muito mais, muito mais , quero te destruir , te fazer sentir humilhada, assim como eu me sinto.´´  as  lágrimas escorriam lentamente pelo seu rosto, molhando o teclado e misturando-se com a luz da tela do computador. Cada nova foto de Helena que Beatriz analisava parecia alimentar seu ressentimento. A tristeza e a fúria se entrelaçavam em seus pensamentos, enquanto ela se afundava cada vez mais na obsessão por derrubar a rival. A injustiça que sentia em relação a Helena parecia uma sombra constante, obscurecendo seu raciocínio e alimentando um desejo intenso de retaliação.
Ana Beatriz se questionava em voz baixa, enquanto continuava a examinar as fotos e postagens de Helena na tela do computador.
:_ O que ela tem que eu não tenho?" murmurava para si mesma, com um misto de frustração e desespero na voz.
:_ Ela é bonita, mas eu também sou! Também sou rica, venho de uma boa família e tenho um bom nome. Por que ele não pode me amar da mesma forma que ama essa piranha loira ? 
.Ela pausava em cada imagem de Helena, comparando as características da rival com as suas. Seus pensamentos giravam em torno das qualidades que acreditava possuir e que deveriam, na sua visão, torná-la mais atraente para Otávio. A dúvida e a insegurança a consumiam, enquanto se perguntava repetidamente sobre o que faltava para que fosse amada da mesma maneira que Helena.
Ana Beatriz deu um grito de surpresa, e seus olhos brilharam com a ideia que acabara de surgir em sua mente : 
:_ já sei! Se ele ama a piranha loira, a única coisa diferente entre a gente é o cabelo 
Ela se levantou repentinamente, o som do grito ainda reverberando no quarto silencioso. Com um olhar de determinação, Beatriz começou a se levantar e andar de um lado para o outro, sua mente fervendo com a nova estratégia. A ideia de mudar algo tão simples quanto a cor do cabelo parecia uma solução perfeita para ela. Seus pensamentos giravam em torno dessa ideia, imaginando como essa mudança poderia influenciar a percepção de Otávio e, possivelmente, reverter a situação a seu favor. 
olhando no espelho enquanto reparava em seu cabelo que naquele momento estava curto , alisado quimicamente e escuro 
:_ eu vou fazer uma mudança radical !Esse cabelo curtinho vai se transformar em um cabelão loiro. E quem disse que a piranha  loira vai ser a única loira na vida do Otávio? 
Ana Beatriz abriu a porta do seu guarda roupa observava com atenção as suas peças, Ana Beatriz não trabalhava e nem estudava, então o dinheiro que tinha era dos seus pais, ela mudou o guarda roupa fazia pouco tempo após o natal, comprava roupa toda semana em busca de agradar Otávio e na esperança de chamar a sua atenção , a menina examinava com atenção cada peça , cada roupa e falou para si mesmo 
:_mas isso aqui tem que mudar, tá muito ultrapassado! e a piranha  loira é toda moderna né ? tem várias roupas bonitas, eu preciso mudar meus looks urgentemente 



No caminho para a casa de Otávio, Helena, enquanto ajustava o cabelo ao vento que passava pela janela do carro, se voltou para a cunhada com um olhar curioso e preocupado.
:_ obrigada pela ajuda, Inêsinha, foi tudo perfeito 
Inês, ao lado de Helena no banco do passageiro, lançou um olhar afetuoso para ela e respondeu com um tom carinhoso: 
:_ por nada, Lele. Eu adoro você e meu irmão, e além do mais, ele estava precisando de você. 
Helena, com um leve suspiro, mantinha as mãos no volante enquanto seus olhos fixavam a estrada à frente. Ela comentou, seu olhar distante: 
:_ sou eu quem preciso dele 
:_e ver a forma que ele está melhor depois de passar um tempo com você, faz tudo valer a pena
Helena olhou para as ruas que passavam rapidamente e confessou com um sorriso triste: 
:_ sou muito apaixonada por Tavinho e estava morrendo de saudade. A vida sem ele não tem o mesmo brilho 
Inês riu suavemente e tentou descontrair o momento:
:_ falta vocês me darem um sobrinho né ? kkkkk 
:_ vamos sim, mas com um tempo e uma sobrinha , tomara . mas Inês
:_ sim Lele pode dizer 
:_ como anda sua relação com Bruno? Eu vi agora vocês juntos e parecem estar felizes... Conseguiram conversar? 
Inês suspirou e ajustou a posição na cadeira, olhando para a estrada com um semblante pensativo: 
:_ conversamos sim . Na verdade, já tínhamos conversado antes, mas sempre ficava aquele climão, sabe? Gabriela veio para abalar a nossa relação, mas eu amo Bruno e ele me ama. Eu não vou desistir tão fácil. Essa menina veio antes do meu namoro com Bruno, e mesmo que ela seja filha dele, eu continuarei ao lado dele. É o homem que eu amo e, quem sabe no futuro, eu possa ser a esposa dele
Helena deu um sorriso encorajador, mantendo a mão firme no volante, e olhou para Inês com compreensão: 
:_ eu fico feliz que vocês tenham se  resolvido e mais feliz ainda que estão juntos. Concordo plenamente com você; a criança veio antes do namoro. Não há por que vocês romperem
Inês sorriu de volta para Helena, mas seu semblante logo ficou pensativo, refletindo sobre uma preocupação persistente: 
:_ a única coisa que não me sai da cabeça é a Gabriela ter chegado exatamente no horário do nosso jantar. Sei lá, é coincidência demais para ser verdade 
Helena , mantendo a atenção na estrada, franziu a testa e olhou rapidamente para Inês, enquanto ajustava a velocidade do carro:
:_ é verdade, olha, eu não conheço essa moça, mas você tem razão, é coincidência demais. Mas ela chegou no exato instante? 
Inês assentiu, gesticulando com a mão para enfatizar seu ponto: 
:_ sim Lele. Parecia coisa de novela com clímax. Se fosse novela, seria aquela cena de "Avenida Brasil" quando o capítulo chega no final 
Helena soltou uma risada, achando a comparação divertida, e continuou, com um tom mais leve e um sorriso no rosto: 
:_ é como se alguém tivesse avisado, né? A não ser que essa menina seja, sei lá, vidente
Inês disse, com uma expressão de preocupação e um olhar intenso para Helena  
:_ é esse o ponto
Helena desconfiava muito de Beatriz e mesmo que fosse madura para separar o seu desentendimento com Beatriz e a amizade, carinho que Inês sente pela Beatriz , ela não poderia deixar de pontuar sobre isso , Inês cruzou o olhar com Helena e continuou dizendo:
:_ é estranho. Na verdade, tudo me lembra aquela noite horrível em que meus pais e o Tavinho nos flagrou com o Bruno. E quem estava por trás de tudo isso? 
Helena suspirou, seus olhos voltando-se para a estrada com um misto de compreensão e desânimo. Ela se lembrou claramente de que a mente por trás daquela situação complicada era Ana Beatriz. A lembrança fez seu estômago se revirar um pouco.
Inês disse, com uma expressão de frustração e desconfiança : 
:_ eu não posso deixar de pensar que tudo isso tem a ver com a Bia. Embora ela negue, eu ainda não consigo confiar nela plenamente, não como antes 
:_ é razoável, Inêsinha. Essa menina vive armando pelas costas. Ela chegou do nada na Golden. Eu sei que ela mentiu sobre o presente da Nina, e ela não cansa! Parece que vive em função de fazer mal às pessoas . ai , ela me cansa demais, de verdade, me tira do sério.
:_ ei , Lele, não deixe que ela entre na sua mente e muito menos que tire sua paz. Meu irmão te ama e vocês estão super bem. A Bia é uma doente de verdade; eu cansei de dar conselhos a ela, e o Bruno também. 
:_ eu não vou deixar, não. Ela não é capaz de me atingir, e sei que, mesmo que ela faça milhões de tentativas, vão ser em vão. Porque Tavinho e eu estamos bem, mais bem do que nunca 
Inês sorriu, o calor e a sinceridade em seu sorriso evidentes, e deu um leve toque no ombro de Helena: 
:_ e eu adoro que tudo esteja dando certo entre vocês. Você, sem dúvida, é a melhor pessoa que o Tavinho poderia conhecer 


Já ere noite quando Otávio chegou acompanhado pela irmã e pela namorada. A alegria e a leveza eram evidentes em seu semblante, que contrastava com a noite tranquila. Helena, com um sorriso caloroso, cumprimentou Nelson e Iolanda, e logo todos se dirigiram para a cozinha para um momento mais íntimo e descontraído. 
Iolanda,  com um brilho nos olhos, preparou uma mesa com café fresco e um bolo de milho, que a menina adorava. A cozinha estava iluminada pela luz suave das lâmpadas, criando uma atmosfera acolhedora e convidativa. Helena, apreciando o gesto, se sentou à mesa enquanto Iolanda servia o café, suas mãos hábeis movendo-se com confiança.
Helena  pegou a fatia com um agradecimento  notando o entusiasmo de Iolanda enquanto ela falava sobre o ateliê e os novos projetos que estava planejando. A conversa fluiu naturalmente sobre o ateliê e as novidades que Iolanda estava empolgada em compartilhar. No entanto, ao citar o nome de Elisabeth, Helena percebeu uma mudança sutil no ambiente. 
:_ a dona Elisabeth, que eu não consegui me despedir, foi tudo muito rápido e eu já estava em São Paulo 
Helena comentou, sua voz tingida de um leve lamento. Ela observou o silêncio que se formou após suas palavras, e notou que Iolanda rapidamente abaixou o olhar, enquanto Inês observava a reação da mãe com um olhar atento. 
Otávio , percebendo o clima tenso, tentou suavizar a situação e dirigiu-se a Helena com um tom gentil: 
:_ é verdade amor, a prima Elisabeth gosta muito de você 
:_ tem falado com ela , amor?
:_ falei sim, ainda pela tarde . lá já era 18 horas 
Otávio respondeu, soltando uma risada ao mencionar o fuso horário. A forma descontraída e sincera com que ele falava, sempre com um sorriso, era um dos detalhes que deixavam Helena apaixonada. 
:_ pois é, esse lance de fuso horário é loucura
Otávio se aproximou de Helena beijando sua mão 
:_ seu Nelson
:_ sim , Helena
Nelson ainda custava em aceitar o namoro do filho, com a filha dos patrões mas respeitava a decisão do filho
:_ aproveitando que estou aqui, gostaria de pedir permissão para o senhor e para a dona Iolanda para que Inês e Otávio possam ir a uma festa que estou organizando
:_ é o noivado que vai ter no jardim ?
:_ não, não. É uma festa na cidade, em São Paulo 
Helena retirou um convite da bolsa e o estendeu para Nelson. ele olhou para o convite com um olhar que inicialmente expressava desaprovação. Ele ergueu uma sobrancelha e comentou com um tom de preocupação: 
:_ mas Helena, meus filhos nunca foram para a capital 
Helena , percebendo a hesitação de Nelson, tentou assegurar-lhe: 
:_ eu me encarrego de buscar na rodoviária ou até mesmo de vir  buscá-los. Não vai haver problema, e eles ficarão na minha casa   
:_ e o que o ´´nhô´´ Clóvis pensa a respeito disso ?
:_ meu avô concordou, já conversamos sobre isso e não tem nenhum problema
Nelson  perguntou, com um olhar de preocupação misturado com dúvida:  
:_ tem certeza , Helena? Seu avô é de um tempo diferente. Tem certeza de que ele não vê problema em um homem dormir na casa de vocês?
Helena , mostrando-se segura, respondeu com firmeza: 
:_ tenho sim, seu Nelson. Meu avô aceita e concorda com meu namoro com o Tavinho. Além do mais, ele vai dormir no quarto de hóspedes e Inês no meu 
Nelson  pensou por um momento, balançando a cabeça, e então disse: 
:_ bom, sendo assim, preciso conversar com a minha esposa sobre o que ela acha a respeito 
Iolanda, que estava tomando mais uma xícara de café, ouviu a conversa e decidiu intervir. Ela colocou a xícara na mesa e falou com um tom firme e decidido: 
:_ por mim, concordo que Inês vá sim. Ela tem se mostrado responsável e confiável. Mas, tem uma condição 
Helena respondeu  curiosa e atenta : 
:_ sim dona Iolanda , pode dizer 
:_ Inês deve ir e voltar com o irmão, e Helena, cuide bem dela, por favor. Não a deixe sozinha naquela cidade tão grande. E, claro, que seja em um final de semana para não atrapalhar o trabalho dela
Helena disse com confiança, sua expressão demonstrando comprometimento : 
:_ claro que sim, dona Iolanda. Não vou desgrudar da minha cunhada. E, além do mais, quero levá-la para conhecer o shopping. Eu sei que ela vai gostar. Fique tranquila, dou minha palavra de que eles vão e voltam em segurança
Iolanda  sorriu aliviada e, com um tom mais leve, disse: 
:_ sendo assim, por mim, está tudo certo. E você, Nelson? 
:_ vou dar esse voto de confiança a vocês, porém antes quero falar com nhô Clóvis. 


Ana Beatriz estava determinada a mudar seu visual para conquistar Otávio. Com a casa silenciosa, aproveitou a ausência da mãe, que estava de plantão no posto de saúde, o pai trancado em seu escritório e Bruno em seu quarto, isolado do mundo. Ela passou pela cozinha e se dirigiu a Paulina, que estava organizando alguns itens. 
:_ oi, que horas o jantar vai ser servido ?
Paulina , levantando o olhar da pia, respondeu com um sorriso educado: 
:_ boa noite , senhorita Beatriz. O jantar será servido às 21 horas, como seu pai pediu 
:_ tá 
Ana Beatriz fechou a porta da cozinha com um leve estalo e, sem um destino específico em mente, dirigiu-se para o povoado. O desejo de se sentir livre, mesmo que por um breve momento, impulsionava seus passos. Apesar de sua dependência dos pais, naquele instante ela precisava escapar da rotina e da pressão que sentia. 
Andando sozinha pela estrada do povoado de São Jorge, Ana Beatriz atraía alguns olhares. Sentia-se poderosa, mas a sensação de conquista era efêmera, pois nenhum desses olhares pertencia a Otávio. O homem que ela tanto sonhava, o amor que ela tanto almejava e nunca fora correspondido, estava longe de sua mente e de seu coração.   não se importava com mais nada além daquele desejo obsessivo que sentia por Otávio. A frustração e o ciúmes em relação à menina que havia roubado o amor do homem que ela amava eram suas únicas preocupações. Cada passo que dava pela estrada parecia ser um reflexo de sua luta interna, uma tentativa de lidar com a dor e o desejo que a consumiam. Ela não conseguia se desvencilhar do pensamento de Otávio e da amargura de ver outra pessoa ao seu lado. Enquanto caminhava sob a luz tênue da noite, o sentimento de desamparo e obsessão a acompanhava, e a estrada deserta parecia ecoar suas emoções turbulentas. 
A menina se sentou em um banco na praça da igreja, um lugar que não visitava há muito tempo. A praça, típica de uma cidade do interior, era um ponto de encontro popular. Os bancos eram locais onde casais marcavam encontros românticos, amigos se reuniam para conversas e risadas, e famílias passavam o tempo juntos. A praça, com sua simplicidade e charme rústico, parecia ser o lugar ideal para uma pausa introspectiva. Ana Beatriz não podia deixar de sentir um certo contraste entre a serenidade do ambiente e a tempestade de emoções que se agitava dentro dela.

Helena se despediu dos sogros e da cunhada com um sorriso caloroso, pois já estava na hora de voltar para a casa dos pais 
:_ obrigada , dona Iolanda. O bolo estava uma delícia e o café, maravilhoso como sempre. Mas eu preciso ir agora 
:_ mas já , Heleninha? Está tão cedo ainda.  
:_sim, , eu fiquei de jantar com meus pais. Mas amanhã, com calma, passo aqui novamente 
:_ venha sim
Inês, ao ver Helena pronta para partir, deu-lhe um longo abraço. A conexão e a conversa sincera com a cunhada haviam sido muito valiosas para ela. Helena, , com um sorriso no rosto, respondeu: 
:_ vamos curtir bastante em São Paulo, hein? Você vai amar. 
:_ ai Lele, você é maravilhosa demais
:_ você que é 

Helena deu um beijo em Otávio, que a envolveu em um longo abraço, sentindo a ternura do momento. 
Otávio pediu, seu tom de voz revelando a preocupação e o carinho: 
:_ me liga quando chegar, para eu saber que você chegou bem 
:_ ligo sim meu amor 
Otávio disse, olhando nos olhos de Helena com um brilho de afeto :  
:_ foi um dia lindo. Eu amei, minha princesa. Obrigada por ser tão maravilhosa para mim 
Helena respondeu, sentindo um calor no coração com as palavras dele: 
:_ eu também amei , e você é maravilhoso. Eu te amo muito
enquanto Otávio arrumava a franja de Helena com um gesto carinhoso, deu-lhe um beijo suave e acrescentou: 
:_ eu que te amo 
A moça então  se se dirigiu para o carro. No entanto, antes de entrar, uma sensação desconfortável começou a tomar conta dela. Sentiu um mal-estar repentino, como se seu coração estivesse palpitando de forma rápida e descontrolada. Um frio na barriga surgiu, e ela não conseguia compreender a origem daquele sentimento estranho e perturbador. 
Ela  hesitou por um momento, pensando se deveria pedir para Otávio a levar para casa ou ligar para seu pai. Mas não quis causar preocupação desnecessária. Optou por se sentar no banco do carro, tentando respirar fundo e acalmar-se.
Enquanto ligava o motor do carro e tentava se concentrar na estrada, a sensação de desconforto continuava a incomodar. Helena sentia-se estranha e apreensiva, com um misto de nervosismo e preocupação, mas decidiu seguir em frente, tentando ignorar o mal-estar que a perturbava.




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